Olá todos e ninguém!
Tem tempo que não passo por aqui...
Existe uma síntese se formando dentro de mim...
Muitas poesias vieram e foram como quem deixa a mão sob a água quando anda de barco pelo rio Solimões...
Outros poemas se perderam nas filas de aeroportos entre um check-in e outro...
Estou em Sampa, respirando, revendo amigos, amores, as cores e sabores dessa cidade
IMPREVISíVEL!!!
Nesses dias, uma poesia de Chico na voz de Marisa, tem me transtornado e me arrancado gargalhadas durante as 3 quadras que caminho até a Paulista, para ir trabalhar, e vou postar aqui para continuar com o tom de romantismo (ou nem tanto) desse pseudo-blog.
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Outra coisa interessante desses dias, foi um excelente encontro que tive nesse mundão da NET me deparei com um texto que momentaneamente me satisfez a sede de escrever e por isso gostaria de compartilhar ele com vocês!!!
Obrigado Sr. Manoel (assim também chamava o padeiro da minha rua de infância),
Obrigado Chico
Obrigadíssimo Marisa (seu primo me deve um ingresso para um show seu, mas ele sempre me enrola, quem sabe, eu ainda espero :-)
Aqui estão algumas de minhas experiências:
Já fiz cosquinha na minha irmã só para ela parar de chorar.
Já me queimei brincando com vela.
Já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto.
Já conversei com o espelho, e até já brinquei de ser bruxo.
Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista.
Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés para fora.
Já passei trote por telefone.
Já tomei banho de chuva e acabei me viciando.
Já roubei beijo.
Já confundi sentimentos.
Já peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido.
Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro.
Já me cortei fazendo a barba apressado.
Já chorei ouvindo música no ônibus.
Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de esquecer.
Já subi escondido no telhado para tentar pegar estrelas.
Já subi em árvore para roubar fruta.
Já caí da escada.
Já fiz juras eternas.
Já escrevi no muro da escola.
Já chorei sentado no chão do banheiro.
Já fugi de casa para sempre, e voltei no outro instante.
Já corri para não deixar alguém chorando.
Já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só.
Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado.
Já me joguei na piscina sem vontade de voltar.
Já bebi uísque até sentir dormentes os meus lábios.
Já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar.
Já senti medo do escuro.
Já tremi de nervoso.
Já quase morri de amor, mas renasci novamente para ver o sorriso de alguém especial.
Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar.
Já apostei em correr descalço na rua.
Já gritei de felicidade.
Já roubei rosas num enorme jardim.
Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um para sempre pela metade.
Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol.
Já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão.
Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção, guardados num baú, chamado coração.
E agora um formulário me interroga, me encosta na parede e grita:
Qual sua experiência?
Essa pergunta ecoa no meu cérebro: experiência...experiência...
Será que ser plantador de sorrisos é uma boa experiência?
Não!!!
Talvez eles não saibam ainda colher sonhos!
Agora gostaria de indagar uma pequena coisa para quem
formulou esta pergunta: Experiência?
Quem a tem, se a todo momento tudo se renova.
Autor: Manoel Braga-Jornalista
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Samba e Amor
Chico Buarque
Composição: Chico BuarqueEu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito sono de manhã
Escuto a correria da cidade que arde
E apressa o dia de amanhã
De madrugada a gente 'inda se ama
E a fábrica começa a buzinar
O trânsito contorna, a nossa cama reclama
Do nosso eterno espreguiçar
No colo da bem vinda companheira
No corpo do bendito violão
Eu faço samba e amor a noite inteira
Não tenho a quem prestar satisfação
Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito mais o que fazer
Escuto a correria da cidade. Que alarde!
Será que é tão difícil amanhecer?
Não sei se preguiçoso ou se covarde
Debaixo do meu cobertor de lã
E tenho muito sono de manhã.
...
O original de 1970 na voz de Chico Buarque: