segunda-feira, 21 de junho de 2010

"Tu mi manchi, amore mio e mi manchi come quando cerco Dio ho bisogno di te di averti ancora qui con me" (LP)

 
Sonhos Solitários

6h da manhã
Relógio desperta
Sem abrir os olhos
Pensamentos me acodem

“...
Na pele o suor
Em meu corpo
Teu suor
Marcas do amor

As mãos tateiam
O lençol ainda amassado
Seu cheiro no travesseiro
Engana-me.

Olhos ainda entreabertos
Insistem em não abrir
Não quero constatar
Que aqui você não está

Noites de amor,
Acontecidas somente em sonho
Aumentam o espaço da saudades
Svegliati, ho bisogno di Te

Nos lábios, o sabor de um beijo jamais recebido
..."

sexta-feira, 18 de junho de 2010

...Saudade é amar um passado que ainda não passou, É recusar um presente que nos machuca, É não ver o futuro que nos convida... Pablo Neruda

Os Nós & Nós



Nós de nós 2
Dois nós entre nós 2
Laços que nos une, nós
No amor de nós 2

Ata e desata, nós
Que se fazem e refazem, nós
Cetim, corda, cordão, arame
Tece a vida, nós

Apertados, folgados
Nós 2,
E um espaço entre nós
2 Nós.

Pontas e meios
Entre nós, dos nós
Espessuras e finuras
Candura, nos ata a nós




O tempo

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.
Mário Quintana

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Tudo quanto penso Tudo quanto sou É um deserto imenso Onde nem eu estou Fernando Pessoa

No deserto
acontece a aurora.
Alguém o sabe.
Jorge Luis Borges


Desertos caminhos incertos

A areia quente sob meus pés
Caminhos que eu não posso fazer sozinho
Mas essa é a minha caminhada
Não me acompanhes, siga a tua jornada

É preciso fazer o caminho,
Mas este caminho é só meu.
Não, você não pode me acompanhar
Mesmo que se mantenha ao meu lado, ainda assim sozinho eu vou ficar

Tenho que desertos atravessar ,
Na busca de um mar.
Somente o deserto me dirá
Onde eu devo chegar

O amor me acompanha,
Talvez único item na mochila
Um gole farto, animo me dá
Para a jornada, solitária continuar.

Isso não quer dizer que eu não te ame
Quer dizer que eu preciso me encontrar
Seja no deserto que for
Um pedaço de mim, ali estará.

Segue teu caminho
Certo de que um dia vamos nos reencontrar
Cada qual com seu deserto
Um mundo de areia a explorar

Caminha e segue amigo-eterno
Que esse seu deserto, certamente não é fraterno
Angustia e dores te acompanharão
Somente o amor, em sua mochila e as estrelas te acompanharão

A caminhada de cada um é necessária
Porém cada um tem sua jornada
De um dia percorrer
O deserto onde irá se encontrar.



Provocação:

O que dá beleza ao deserto é que esconde um poço de água em qualquer parte
Saint-Exupéry

quarta-feira, 2 de junho de 2010

"Foi o tempo que dedicastes à tua rosa que fez tua rosa tão importante" Antoine de Saint-Exupéry




Rosa cor-de-rosa





Um cheiro no ar,


Rosas a bailar


São tantas no jardim


Que parecem sem fim





Seu aroma no ar


Sua cor a nos governar


Rosas a perfumar





Sua haste de espinhos


Muitas vezes, tão sozinhos


Dificultam o caminho


Dos amantes no escurinho





Rosa da cor-de-rosa


Perfeita harmonia entrem seus tons


De Rosa ao rosa


Quero somente o cor-de-rosa





Rosa, do desejo de ter


Não consegui resistir,


Furtar foi a única opção


E agora... eu a via morrer.


Nota do autor: Poemas e Poesias que versam sobre o tema "ROSA", sempre governaram meu imaginário. O poema\texto abaixo, atribuído a Carlos Drummond de Andrade,  talvez tenha sido o primeiro que me chocou durante a adolescência, até hoje eu lembro desse texto, como se ainda estivesse sentado naquela manhã chuvosa de outubro, na aula de lingua-portuguesa, ministrada pelo professor Eraldo, do colégio francisco manuel em Registro\SP. A frase de impacto deste texto para mim até hoje, e foi por ela que o reencontrei é: "Eu a furtara, eu a via morrer". Compartilho com vocês algo que representou muito para mim nas ultimas duas décadas de manhãs chuvosas de outubro.



Furtei uma flor daquele jardim.
O porteiro do edificio cochilava e
e eu furtei a flor.
Trouxe-a para casa e coloquei-a
no copo com água. Logo senti que
ela não estava feliz. O copo destina-se
a beber, e flor não é para ser bebida.
Passei-a para o vaso, e notei que
ela me agradecia, revelando melhor
sua delicada composição. Quantas
novidades há numa flor, se a contemplarmos bem.
Sendo autor do furto, eu assumira
a obrigação de conservá-la. Renovei
a água do vaso, mas a flor empalidecia.
Temi por sua vida. Não adiantava
restituí-la ao jardim. Nem apelar
para o medico de flores.  
Eu a furtara, Eu a via morrer.
Já murcha, e com a cor particular
da morte, peguei-a docemente e fui
depositá-la no jardim onde desabrochara.
O porteiro estava atento e repreendeu-me:
- Que ideia a sua, vir jogar lixo de sua
casa neste jardim!





A Rosa Amarela

Cantigas Populares

Olha a Rosa amarela, Rosa
Tão Formosa, tão bela, Rosa
Olha a Rosa amarela, Rosa
Tão Formosa, tão bela, Rosa

Iá-iá meu lenço, ô Iá-iá

Para me enxugar, ô Iá-iá
Esta despedida, ô Iá-iá

Já me fez chorar, ô Iá-iá (repete)