domingo, 29 de agosto de 2010

Se soubéssemos quantas e quantas vezes as nossas palavras são mal interpretadas, haveria muito mais silêncio neste mundo. Oscar Wilde


"poesias incertas e muito quebradiços"


O que move os sentimentos?


Do mais simples ao mais complexo.


O que são meus sentimentos?


Em toda descrição, nenhum nexo.





O que é a saudade?


Se não uma triste devoradora


De toda nossa humanidade


Que a todo tempo ecoa.





 O que é a alegria?


Além de uma linda passageira


Que a todos inebria


Com seu olhar de faceira





O que é o amor?


Além de um triste trovador


A cantarolar a perda de um amor


Numa rima, sem métrica, só dor.





O que são as palavras?


Se não um feitiço sob esse escritor


Vem e volta como um bater de asas


Torna-me escravo, em frente a uma flor.





O que são as rimas?


Se não, perversas meninas


A confundir-me entre elas


Por não saber escolher, a mais bela.

sábado, 21 de agosto de 2010

"Pela janela, entre aberta - borboletas" (RP)

Sir Henry foi um amigo muito especial, deste humilde camponês, cultivador deste blog. Durante muitos anos, Sir Henry mesmo contrariado pela vida, optou pela paixão, como orientador da sua vida. A partir desta paixão, imaculada, Sir Henry, compôs operas, pintou seus memoráveis quadros, escreveu poemas eternizados, tirou prazer do vinho, da carne, da vida. Ao descobrir, subtamente que sua paixão, era seu próprio ópio, e julgando isso a partir das cobranças da vida, resolveu internar-se numa clínica para recuperação.
Hoje ele amarga, a triste e desidratada vida, onde as borboletas não passam mais pela janela.

No fim dos seus áureos anos de romance e paixão Sir Henry, passeando pelo condado de Poesias Rupestres, resolveu entalhar nesse blog a seguite poesia de despedida:


Nem me Diga
(Henry of Charlotte)

O que sinto não digo.
Não pode ser dito.
Não cabe na palavra.
Não vale a palavra.
Não gosta da palavra.
O que sinto é indizível



O que digo não sinto.
Não pode ser sentido.
Não cabe no sentimento.
Não vale o sentimento.
Não gosta de ser sentido
O que digo não tem sentido

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Uma boa raiva produz um excelente discurso Ralph Waldo Emerson




Não sei de onde surge
Nem sei de onde ela vem
Não reconheço o momento exato
Nem a sua compania

Sinto aumentar as batidas de meu coração
A pressão sanguínea, num vai e vem frenético, aquece meu rosto
De repente as coisas se tornam cinzas
As variações ficam em preto e branco

A respiração fica difícil
A temperatura do meu corpo aumenta
Os poros ficam encharcados
Os pensamentos desordenados

Os sentimentos se confundam
O turbilhão dentro de mim forma um tsunami
Uma imensa vontade de me desfazer de tudo isso
Faz com que meus instintos primitivos fiquem a flor da pele

Tudo se resume em um desejo de materializar,
fisicamente esse sentimento
O corpo e o cérebro pedem para que isso seja feito,
o quanto antes
Palavras, atitudes, ou alguma outra expressão possível

Tento controlar a respiração
Organizar os pensamentos
Conter os sentimentos
Respiro fundo

Desvio a atenção para outra situação
As cores voltam, junto com a respiração controlada
Quando percebo, passou
Esse foi meu momento de fúria, raiva e tremenda ira.