A água não separe!" (1)
Amigos,
Pão,
Vinho,
Um dia de trabalho cansativo, mais muito produtivo... se foi
(como você não está aqui, custo e canso, achar o real propósito)
Uma noite,
Um luar, com luzes estreladas...
(só entende uma noite, a intensidade do olhar)
Um deque, num braço do mar...
Uma garrafa de vinho... um amigo, uma amiga e muita gente mais....
Mais uma taça, que na minha mão, não está mais vazia...
O pão passa, os dedos rompem a massa assada, cheia de significados...
O vinho, que sai da garrafa preenche a taça, como a vida preenche nosso corpo.
Louco, sim... no silencio daquele barulho, olho nos olhos dos outros, com a vontade de entender os sentimentos...
As vozes, embrenhadas umas com as outras, em diferentes tons, cantam a vida, numa tentativa celebre de não reconhecer, que ali, naquele instante encerra e cerra mais um capítulo...
O menino varrido, servia a ultima garrafa, talvez não o ultimo vinho, mas ele sabia e eu também, que aquela era a cena que ficaria em nossas mentes, as pessoas estava alí...
Borletas,
uma cadela,
alguns seres humanos,
outros humanos seres,
alguns antigos de casa
outros recém chegados,
todos
amados!
E o menino escondia dentro do bolso o sol.
Mas é noite, e ninguém percebe, e o que ele leva, talvez muitos não perceberão...
Sentir-se-ão falta daquilo que não entende?
Não!
Eles não sabem o que estão perdendo!
Eu sei que ali, vai meu colega de trabalho,
Mas fica meu amigo!
Alguém que, aos anos me ensinou a ser melhor...
O que eu lhe ofereci....
A sinceridade (na medida que ele quis)
A amizade (na medida que o tempo social nos deixou)
Os ouvidos, sem medidas, sem filtros, sem pudor!!!
Vai colega, bate as asas e mostra a tua capacidade do mundo, você aqui sobrou...
Amigo, a história segue, sem muitas mudanças, as assombrações ainda estão por perto...
e assim continuarão por um bom tempo....
Leva contigo o sol no bolso, quando eu precisar, te procurarei...
Meu amigo, escritor, ator, alquimista, economista, artista dos números, mestre nas palavras, doutor da análises e filosofo das complexidas...mas meu amigo!
O menino-varrido (Maíra Viana)
do lugar no amanhecer do pequeno
vilarejo. A menina-de-trança foi até
a janela investigar o que sucedia.
O velho-de-bengala consultou o
serviço meteorológico no rádio-
amador. A senhora de chapéu
azul-turquesa abriu o jornal em
busca do horóscopo enquanto sua
filha-namoradeira desenhava uma
interrogação em cada olhar. O
menino-varrido nem deu conta do
que se passava, mas ele também
nunca expressava a menor reação
diante dos problemas coletivos.
Era metido a cientista, o menino.
E Toda gente comentava das
experiências químicas e místicas
que ele praticava. Era meio-
autista, meio-bruxo, meio-magro.
Dedicava seus dias a bolar truques
de mágica que nunca davam certo.
Mantinha-se recluso em seu mundo
de experimentações e não lhe sobrava
tempo para manifestações como aquela
que acontecia lá fora naquele momento.
O fato é que toda a comunidade saiu em
protesto. O bafafá tomou corpo quando,
finalmente, olharam pro céu e deram
por falta dos raios solares que até então
nunca haviam se ausentado do rotineiro
amanhecer do local. O astro-rei não estava
lá, tinha tomado um chá-de-sumiço. E
cada boca sussurava: "Onde estará?
Onde estará?". Foi quando o menino-
varrido saiu gritando à toda gente. Ele
estava radiante pois havia realizado
sua primeira mágica bem-sucedida. As
palavras atropeladas brotavam de sua
garganta como buquês de felicidade. E
nessa hora todos olharam para dentro
dele.
O sol estava lá.
Abaixo uma homenagem ao Menino Varrido e sua Clarineta Mágica!!!
Copo Vazio
Chico Buarque
Composição: Gilberto Gil
É sempre bom lembrar
Que um copo vazio
Está cheio de ar.
É sempre bom lembrar
Que o ar sombrio de um rosto
Está cheio de um ar vazio,
Vazio daquilo que no ar do copo
Ocupa um lugar.
É sempre bom lembrar,
Guardar de cor que o ar vazio
De um rosto sombrio está cheio de dor.
É sempre bom lembrar
Que um copo vazio
Está cheio de ar.
Que o ar no copo ocupa o lugar do vinho,
Que o vinho busca ocupar o lugar da dor.
Que a dor ocupa metade da verdade,
A verdadeira natureza interior.
Uma metade cheia, uma metade vazia.
Uma metade tristeza, uma metade alegria.
A magia da verdade inteira, todo poderoso amor.
A magia da verdade inteira, todo poderoso amor.
É sempre bom lembrar
Que um copo vazio
Está cheio de ar.
Caro Poeta-Rupestre,
ResponderExcluirBela descriçao da cena. Da ultima ceia, sem Judas em sem Jesus. Só pao e vinho a celebrar a presença. Breve. Fugaz. Tentativa de encher de presenças, as futuras ausencias.
Todos ganham. E o preço de ganhar é perder. Toda perda é uma consciência tardia do que se ganhou.
Fiquei tocado com a imagem. Dei vontade de escrever:-)
gracias
Edu
Caro Poeta_Rupestre
ResponderExcluirDisse que deu vontade de escrever sobre a cena que vc menciona. Escrevi
um ab
Edu
Valeu!
ResponderExcluirSua versão é muito melhor...
http://incertasletras.blogspot.com/2009/06/penultima-ceia.html
Grande abraço, poeta-amigo!
:-)