terça-feira, 8 de novembro de 2011

"E que a minha loucura seja perdoada Porque metade de mim é amor E a outra metade... também." OM


A parte de um tudo


Uma parte menino
Outra  parte homem
Uma parte delicado
Outra parte malcriado
 Uma parte discreto
Outra parte atrevido
Uma parte poeta
Outra moleque
Uma parte de mim é doce
A outra meio-amargo

Um metade de mim está no direito
A outra re-invento no avesso
Meu lado direito é claro
O lado avesso é obscuro
 Meu lado direito pede a razão
O lado avesso só obsessão
Meu lado direto esquizofrenia
O lado avesso depressão

As vezes sou como uma sacola de plástico,
levada pelo vento.
Noutra sou como uma sequóia centenária,
que não se abala com nada.

Sou pobre e sou rico
Sou derivado de mim mesmo
 Sou os adjetivos que uso para me modificar
De verbos só tenho a palavra
Meus pronomes são usados para me esconder

Sou uma divisão exata de mim mesmo
Sou a multiplicação de “incertidumbres”
Sou a soma das incertezas
Sou a subtração sem ponto final

terça-feira, 4 de outubro de 2011

"Cada lágrima ensina-nos uma verdade." Ugo Foscolo



uma gota
duas lágrimas
um sentimento
a solidão

uma voz
para acalanto
um ombro
para sonhar



...não falo, não suspiro, não escrevo seu nome. Mas a lágrima que agora queima a minha face me força a fazê-lo" Lord Byron

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. Fernando Pessoa

"Some blue words"
 
Não sei de onde vens e nem para onde vais
Oh! Tristeza profunda que a distância me trás
Saia de mim, aqui não é uma de suas moradas
Quero viver intensamente e não de forma fulgaz

Verossímil é o tempo, que nos trata de forma ímpar
Cicatriz deixará uma marca na pele e nada mais
Porque me consomes, porque justo em mim vem habitar
Oh! Tempo cruel, que me deixa acima de tudo incapaz

Não espero nenhuma experiência de dor para ser feliz
Só me incomoda a incerteza que o tempo me tras
Nunca mais encontrarei alguém como você, para amar
Às vezes o amor dura, em outras ele também causa dor
 
Busco agora e buscarei outrora
Uma gota a mais, de sua atenção, de seu amor.
Eu estou aqui, não me deixe só
Sua ausência me consome.

"Existe uma dor, dentro de mim, que nada pode curar ."



HA5*****


segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Basta-me um pequeno gesto, feito de longe e de leve, para que venhas comigo e eu para sempre te leve... CM

Improbabilidades #4




Um medo: o esquecimento
Um sonho: voltar
Um desejo: você
Um momento: seu olhar


Uma palavra: sossego
Um lugar: o lar
Um gesto: abraçar
Um atitude: beijar


Um susto: desvio
Um pedido: perdão
Um culpado: a distancia
Uma sensação: solidão


Um encontro: seus braços
Uma expressão: te amo
Um aconchego: seu colo
Um acalento: [contigo] deitar


Uma poesia: a não escrita
Uma rima: a não dita
Um verso: o não terminado
Um fechamento: ponto final [.]


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida. VM




Improbabilidades #3

O melhor amigo
O melhor amor
O melhor sorriso
Viver sem dor

Uma gota de sangue
Que uma vida salva
Uma alma noturna
Que no silencio vaga

A letra (in)perfeita
A batida (in)precisa
A palavra (in)adequada
A poseia cantada

Ponta de dedos
Pulso e dedao
Pandeiro mao
Vida, música e paixão

Um encontro
Um desencontro
Um reencontro
Um história (entre)contos.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Eu sei a improbabilidade desse sorriso me levar a algum lugar, mas sei que não devo procurar nele um lugar firme para descansar. TB


Improbabilidades #1

Manga com leite
Uma taça de vinho
Cheia de azeite
Novelo de lã
No por do sol de amanhã

Ferida aberta a navalha
Um fio de álcool a correr
O doce de uma bala amarga
Flor, para munição do [re]volver

Um amor, dois amores, um "posso"
Uma viga, uma parede, uma casa
Um corpo, dois corpos, um copo
Um uma chave e fechadura, uma casa

Um beijo inesperado, roubado
Uma alma imoral e encontrada
Um longo abraço doado
Uma promessa de vida dada.

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Improbabilidades #2

Café com limão
Navalha na carne
Álcool na mão

Coelhos sem pelos
Ovos e pentelhos
Brincadeira de roda
Em um quadradro

Coentro sem cheiro
Salsinha com sabor
Corrida no lugar
Fatiga sem dor

Uma goma sem sabor
Um romance sem amor
Um amante sem cuidado
Uma paixão sem arder em dor

A Vida é só uma variação
Do que se é decorado ou não!

domingo, 31 de julho de 2011

Clara manhã, obrigado. O essencial é viver. CdA


Obrigado!

Eu tentei-te dizer obrigado,
Mais de uma vez e, todas elas.
Eu realmente não sei pelo o que sou grato
Mas por todas as coisas e, todas elas

Seu sorriso, seu olhar, seu contato
Por tudo isso, estou grato
Sua atenção, seu carinho, seu cuidado
Por tudo isso, eternamente grato.

Por acreditar em mim
Quando nem eu mesmo acreditava
Por exigir mais de mim
Quando nem eu mesmo me esforçava

Obrigado por ser a inspiração do meu dia
Obrigado por me deixar deitar em seu colo
Obrigado por ser o motivo da poesia
Obrigado pelo simples, obrigado!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

A maioria pensa com a sensibilidade, eu sinto com o pensamento. Para o homem vulgar, sentir é viver e pensar é saber viver. Para mim, pensar é viver e sentir não é mais que o alimento de pensar. FP

Canto de Celebração do Campo



Quero a vida inteira, ainda mais linda e ainda mais bela!
Feito a luz, a tinta óleo, com muitas cores, quero a vida aquarela.
Quero a luz nos campos, pastos verdejantes, dentes-de-leão e flores amarelas!
Feito um por do sol, amarelo, laranja e vermelho, em vários tons de minha aquarela.
.
Quero passear pelo prados, sentir o perfume de alecrim-do-campo
Cantando uma canção de um verso só, minha melodia, meu encanto.
Quero levantar de manhã, sentir o cheio da madeira queimada
Ter a mão uma pequena xícara de ágata, e fazer da primeira prece do dia, meu canto.
.
Quero ainda que ao sentar na velha escrivaninha branca, de frente a janela
Com papel branco na mão, alçar a velha máquina de datilografar
Quero ainda ser visitado na manhã de cada dia, por ela...
Letras, que foram palavras e palavras que formam poesias.


Uma luz que reluz,
um campo.
Um perfume, uma memória,
"Cilantro" 
Uma lembrança, que um sorriso produz
Amor, encanto!



"Toda a poesia - e a canção é uma poesia ajudada - reflecte o que a alma não tem. Por isso a canção dos povos tristes é alegre e a canção dos povos alegres é triste."Fernando Pessoa

domingo, 15 de maio de 2011

O prazer da comida é o único que, desfrutado com moderação, não acaba por cansar. Anthelme Brillat-Savarin



Poemas gastronômicos

Parte I

Descasca, corta, amassa, o amor
Aquece, frita, refoga, o amor
Pica, tempera, marina, o amor
Assa, cozinha, banho Maria, amor

Doura, sela, serve, o amor
A juliete, filet, cubinhos, o amor
Brulê, pavê, derreter o amor
Sotê, grillet, comer o amor.


Parte II

Alface, azeite, azeitona, amor
Cenoura, azeite, ralador, amor
Aspargo, azeite, frito, amor
Um prato, porcelana branca, amor.

Azeite, alho, cebola, amor
Arroz dourado, vinho branco, amor
Ferve, mexe, remexe o amor
1 queijo, dois queijos, três queijos, amor.

sábado, 14 de maio de 2011

Duvida da luz dos astros, de que o Sol tenha calor, duvida até da verdade, mas confia em meu amor. Trecho do livro 'Hamlet' - W. Shakespeare




Luz e Trevas


No primeiro raio que anuncia a manhã, luz
No caminho que outrora seguiu, trevas
Na primeira lembra de ti, luz
Na dor que partiu o coração, trevas


No suspiro que enche o peito, luz
No vazio que te invadiu, trevas
Na lágrima que nutre a alma, luz
No momento de solidão, trevas



Na acolhida de teu beijo, luz
Na despedida, na dor, trevas
Na mensagem de promessas e esperança, luz
Na incerteza da espera, trevas.


Nas letras de um poema incerto, trevas
Nas poesias não interpretadas, luz
No olhar vazio, horizonte sem fim, trevas
Nos braços, seu carinho, luz

terça-feira, 3 de maio de 2011

'Permita-se o desapontamento, arrependa-se do que fez, tente consertar as coisas, tente não repetir os erros, descubra que se pudesse não ter feito as coisas, assim seria ainda melhor" RP


[auto]desapontamento


Lágrimas ao vento,
Nenhum lenço na mão.
Batidas fortes do coração,
desapontamento.


Sonhos não realizados,
Planos não confirmados
No escuro, nenhum contentamento,
desapontamento.


Desejos incompletos
anseios caídos no deserto
onde não existe firmamento,
desapontamento.


sentimento de vazio
taça pela metade

necessidade de enchimento,
desapontamento


velhos vícios mantidos
outros novos adquiridos
velhas manias não vencidas,
desapontamento


tudo isso me leva a um lugar distante
onde não chega nenhum pensamento
e neste instante, 
reinado do desapontamento.

domingo, 17 de abril de 2011

Meu lar é sempre onde estou, meu lar está na minha mente, meu lar são meus pensamentos, meu lar é pensar as coisas que eu penso. Esse é meu lar. Meu lar não é um lugar material por ai... meu lar está na minha mente. BM


A casa não é um Lar

Viro a chave abro a porta
A sala, um sofá
E ali você não está
Um sofá, não é um lar

Um passo a dentro
Uma mesa, algumas cadeiras
Uma mesa não é um jantar
Uma mesa, não é um lar

Minha cama, não é a nossa cama
Um lençol limpo e vazio está
E deitado sobre ela, você não está
Uma cama, não é um lar

Na cozinha, deixo sobre pia
Uma taça cheia de vinho
Vinho não é para sozinho
Uma taça, não é um lar

Vago pelo corredor
As máscaras da parede me olham
E você não está lá!
Um corredor, não é um lar


sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

"A rima não é boa nem tão pouco um verso esperto o que importa é o que sinto e não te digo o inverso" Lediani Chapuis

"Ladrinhos e trocadilhos"


Para a brincadeira da rima
Lima

Para uma busca atroz
Albatroz

Para quem escreve – fé
Para quem lê – café

Para quem viagem longa
Gibi do Pernalonga

Para quem tem a vida na mão
Uma paixão

Para esquecer um grande amor
Um lenço, uma comédia – cobertor

Para quem morre de tédio
Uma lista de remédio

Para quem não para, agitado
Um colo, um ouvido – amado

Para quem quer curar uma dor
Uma boa porção de amor

Para que busca no íntimo
Escute, no silêncio há ritmo

Para quem na contemporaneidade – ataque
Um “Prozaque”

Para quem a arte não vê
Desligue a TV.

Ponta dos dedos, pulso e dedão
Pandeiro na mão - música no coração.