sábado, 29 de maio de 2010

Eu me inspiro nas pequenas coisas, numa borboleta em minha lampada, num sorriso de criança, num livro de cabeceira. por que as pequenas coisas na verdade tem um valor gigante. Ve-k (Veronicka Meirelles)

A Lâmpada e a falencia do ser


A lâmpada
Objeto que me causa fascínio
E ilumina nossa mente
[de alguns – nem tanto]

Luz!
A primeira vista,
Calor!
Resultado da intensidade luz produzida

Globo de vidro
A lâmpada, não é o seu globo
Haste de metal
Condutora da energia, estacionamento da energia

Soquete
Ele tem sua utilidade, invólucro do complexo sistema
Rosca
Padrão circular, responsável pelo acoplamento ao receptor

Quando olho para uma simples lâmpada,
Um milhão de imagens e perguntas surgem em minha mente [relacionadas a lâmpada tão somente]
Na mesma velocidade meu cérebro processa as informações, e diz:
“agora não – você tem que ocupar-me com coisas mais importantes”

Meu adestramento cerebral funcionou.
Hoje não sofro mais, de uma compulsiva vontade de abrir as coisas
Só para ver como são dentro.
De desmontar tudo, só para ver como funciona.

Somos ao longo da vida, adestrados para comportamentos socialmente aceitáveis
Em meios de “não faça isso”, “não faça aquilo”, educamos nossas crianças
A educação pós-moderna [e a antiga também] nos diz que é preciso impor limites
E qual seria o limite de se impor limites?

Qualquer resposta para a pergunta acima será equivocada, por conceito.
Não existe regra para isso, todas são distorcidas por mim e por você.
A inteligência emocional se consolida no convívio com o outro, não em livros, mas em sala de aulas.
Estamos criando homens-bomnas e mulheres-bombas, adultos instáveis emocionalmente.

Gente que não aprendeu, e não aprenderá mais a lidar com sua carga de emoções
É preciso liberdade de espírito para se reconhecer, confuso, inseguro, ansioso e quem sabe desequilibrado [para não dizer: neurótico].
Vivemos uma era, onde somos escravos do pseudo equilíbrio emocional
Quando olho para rua, sinto o desespero na face das pessoas, se perguntando o por que de viver, sem esperanças, sem religião, sem rumo e sem direção.

É preciso reorganizar o caos emocional, desta sociedade pseudo-organizada.
Mais urgente e prioritário ainda, é reconhecer que estamos a beira de um colapso social
As injustiças são expressões concretas, que não sei lidar com meus sentimentos em relação ao que eu quero do outro, meu próximo.
Ações isoladas devem ser congregadas, articuladas e motivadoras da construção de uma rede onde as pessoas, são somente o que são, e se reconhecem como seres humanos e falíveis.

2 comentários:

  1. Caro Poeta-Acompanhado,

    A poesia da lâmpada me lembrou Arnaldo Antunes, quem também gosta de tirar caldo do muito aparentemente óbvio. Talvez nada seja óbvio, nada mistério.
    Marque a data para o lançamento do Poesias Rupestres, eu peço para o Pedro Hertz reservar a Cultura do Paço da Alfândega:-)
    Um ab

    Edu

    ResponderExcluir
  2. Caro Edu,
    nunca acho normal vc exagerando... não faz
    parte de vc nem de sua postura... isso realmente me preocupa... as comparações são recebidas, em certa medida, sempre bem vindas, ainda mais com alguém que eu admiro muito....se isso será publicado um dia ou não, não sei... deverá vir de outro, pq de mim o interesse é semelhante ao teu, em relação a publicação de seus inúmeros blogs.. rsrs
    ;-)

    ResponderExcluir

Olá!
Obrigado pelo seu comentário.
Em breve ele será liberado.
Abraços,