A parte de um tudo
Uma parte menino
Outra parte homem
Uma parte delicado
Outra parte malcriado
Uma parte discreto
Outra parte atrevido
Uma parte poeta
Outra moleque
Uma parte de mim é doce
A outra meio-amargo
Um metade de mim está no direito
A outra re-invento no avesso
Meu lado direito é claro
O lado avesso é obscuro
Meu lado direito pede a razão
O lado avesso só obsessão
Meu lado direto esquizofrenia
O lado avesso depressão
As vezes sou como uma sacola de plástico,
levada pelo vento.
Noutra sou como uma sequóia centenária,
que não se abala com nada.
Sou pobre e sou rico
Sou derivado de mim mesmo
Sou os adjetivos que uso para me modificar
De verbos só tenho a palavra
Meus pronomes são usados para me esconder
Sou uma divisão exata de mim mesmo
Sou a multiplicação de “incertidumbres”
Sou a soma das incertezas
Sou a subtração sem ponto final